DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO
Há certos setores, na sociedade brasileira que ainda teimam em ignorar as diferentes realidades sob as quais vivem as pessoas, e afirmam que as oportunidades estão ao alcance de todos, por igual.
Segundo esse raciocínio, para atingir a plenitude da cidadania e viver uma vida digna e com direitos assegurados, não faz a menor diferença ter nascido branco e rico ou negro e favelado. O sucesso depende unicamente do esforço individual de cada um.
Costuma-se chamar a isso meritocracia.
Claro que é uma falácia.
Afirmar o contrário significa dizer que cor da pele e status social provêm inteligência, já que o número de brancos nascidos ricos que vivem bem é infinitamente maior do que o de pretos e pardos nascidos pobres.
É incomparavelmente maior, inclusive, do que o de brancos nascidos pobres.
A verdade, contudo, é bem outra. Vir ao mundo nas camadas menos afortunadas da população impõe à pessoa desafios e obstáculos gigantescamente maiores. E é por isso que aquelas poucas delas que conseguem romper tais barreiras e evoluir para uma vida com pelo menos alguma dignidade, merecem muito mais aplauso e admiração.
São minoria tão diminuta que, na verdade, não passam de exceções a confirmar a regra.
Uma dessas heroínas é Edimara Gonçalves Soares. Bisneta de escravos, nasceu e viveu a infância em extrema pobreza, no quilombo Estância do Meio/Timbaúva, no interior do Rio Grande do Sul, local onde faltava rigorosamente tudo.
Ainda assim, conseguiu formar-se em Geografia, com licenciatura plena, pela Universidade Federal de Santa Maria/RS. Cursou, depois, Mestrado e o Doutorado em Educação, ambos pela Universidade Federal do Paraná.
Ela foi, aliás, nada menos do que a primeira quilombola do Brasil a obter o grau de Doutora.
Edimara Gonçalves Soares, hoje professora no ensino médio público no Paraná, vai contar um pouco de sua trajetória incomum no episódio do podcast “20 Minutos com Marcelo Jugend” que vai ao ar nesta terça-feira, 28 de março. Assistindo-o podemos compreender um pouco melhor o que é o Brasil real, para quem não traz o privilégio desde o berço. Você não pode perder.
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